Seleção interna reforça importância de reconhecer talentos diversos e abre caminho para ambiente profissional mais plural e representativo
“Passar no processo seletivo não foi apenas conquistar uma vaga de trabalho, representa um novo sonho na minha vida. Meu modo de viver está mudando muito com essa oportunidade que estou tendo.” É com essa esperança no futuro que Andie Costa Mendes começa a contar sobre sua aprovação no processo seletivo interno para o cargo de escrevente de atendimento, realizado pelo RI de Pouso Alegre.

Mulher trans, ela foi selecionada a partir de critérios baseados nas competências e na dedicação dos colaboradores, mostrando que diversidade e inclusão também podem e devem fazer parte da realidade dos cartórios. Para a oficiala Lívia de Almeida Carvalho, a promoção representa um marco importante. “A adoção de uma política de diversidade e inclusão foi motivada pelo firme compromisso com a promoção da equidade, da justiça social e do respeito à dignidade da pessoa humana. Reconhecemos que a pluralidade de experiências, perspectivas e trajetórias enriquece o ambiente institucional, contribui para a melhoria dos serviços e reflete, de maneira mais fiel, a diversidade da sociedade”, afirma.
Na prática, isso significa olhar para as pessoas levando em conta suas habilidades, potencial de desenvolvimento e histórias de vida. Segundo Lívia, isso se reflete tanto na condução dos processos seletivos, que buscam garantir oportunidades iguais, independentemente de gênero, raça, orientação sexual, idade, condição socioeconômica ou deficiência. Isso também tem reflexo na cultura organizacional, que preza pela valorização das individualidades e pelo combate a qualquer forma de discriminação.
“Esse processo nos mostrou que é essencial olhar para além do diploma. Precisamos valorizar histórias, habilidades e trajetórias diversas, que agregam novas perspectivas ao trabalho. Hoje, o RI de Pouso Alegre conta com iniciativas de inclusão de pessoas com deficiência intelectual e que se declaram LGBTQIAP+. Além disso, foi evidenciada a necessidade de revisar, continuamente, os métodos de recrutamento, seleção e integração, assegurando que eles estejam alinhados com os princípios de diversidade, equidade e respeito às individualidades”, completa Lívia.
Para Andie, a oportunidade é mais que profissional: é simbólica. “A inclusão abre portas. Isso faz toda a diferença, não só na minha vida, mas também na vida de tantas outras pessoas que sonham em ocupar lugares onde ainda não são vistas.”
Mas promover um ambiente mais justo e equitativo vai além dos processos seletivos: é um compromisso que deve estar presente em todas as atividades dos Registros de Imóveis. Isso inclui práticas de gestão de pessoas, formas de atendimento ao público, comunicação institucional e ações de responsabilidade social, reafirmando o papel dos cartórios na promoção da cidadania, da dignidade e da justiça social.
